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Alfaias do sal
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Os salineiros (ou marnotos) são homens simultaneamente da terra e do mar. Cultivam o sal e, tal como os hortelões, elevam a água, conduzem-na por pequenos canais até talhos e talhões de dimensões perfeitamente regulares. Vigiam constantemente o seu alagamento; vedam de um lado uma maracha, interrompendo o fluxo da água, abrem outra num outro lado. Têm também o conhecimento dos pescadores, sempre atentos às luas e marés; sabem de onde vêm os ventos e o que trazem consigo.

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O seu ofício exige uma grande panóplia de alfaias, todas em madeira, muitas vezes talhadas por eles próprios: pás de amanhar, pás do malhadal, pás de moirar, pás balde; ugalhos de mexer, ugalhos de achigar, ugalhos de rer, ugalhos das lamas; formas, tamanco, punhos, gravato, combeiro…

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Entre Aveiro e a Figueira da Foz, durante mais de uma década, fomos recolhendo algumas. Recuperamo-las; aguardaram por quem quiser guardar memórias do sal e dos salgados. 

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