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A escrivaninha
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Na verdade não sabemos nada da sua história. Apenas que é pequenina e airosa - que bem lhe assenta o nome de escrivaninha! Terá nascido aí pelos anos 20 ou 30, obra de carpinteiro ainda formado nos cânones da Arte Nova. Vimos que a madeira era castanho, injustificavelmente escurecido.

 

Gostámos logo dela. Pela sua dimensão conjecturamos que terá sido destinada a um quarto, talvez um quarto independente, situação muito comum nessa época, para cavalheiros solteiros.

 

O tampo é na verdade pequeno, mas dava para apoiar os cotovelos, ter uma folha de papel, caneta e sonhar… talvez escrever cartas de amor, daquelas que começavam com “Prezada Menina” e terminavam com “Respeitosamente beijo as suas mãos; seu e sempre dedicado X”. Ou, caso o cavalheiro tivesse sido bacharel em letras ou leis, até mesmo poemas, procurando inspiração e métricas para escapar ao tédio e à aridez das certidões, alvarás e minutas, lavradas na repartição ou no cartório.

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Conjecturas à parte, tratámos dela, e parece-nos que ficou muito bem. Bom é sabermos para onde vai, e com quem fica. Talvez a vamos até visitar, algum dia…

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