top of page
Ao redor dos freixos

 

Gostamos de freixos. Dão sempre belas árvores. Nos contextos rurais estão associados a zonas mais frescas, margens de rios e ribeiras, lameiros, e aluviões, por vezes formando mesmo pequenos bosques, os freixiais. Nas cidades formam frequentemente alamedas, ou núcleos em jardins, não sendo também raros os exemplares isolados em praças ou arruamentos.

​

No Verão, em qualquer contexto, a sua sombra é muito apreciada, pois a folhagem densa dá sempre garantia de maior frescura do que a maioria das árvores ao seu redor. No Inverno, já sem as folhas, os seus ramos coam suavemente a luz, convidando a que nos sentemos à sua beira.

​

A sua bela madeira tem muitas utilizações. Mobiliário, construção, moldes, etc. Por aqui (Museu da Carris) estamos habituados a vê-la nas portas e janelas dos velhos eléctricos.

​

Um dia chegaram-nos dois cadeirões nórdicos, simples, belos e eficazes, como apenas os nórdicos sabem fazer. O proprietário não gostava do seu acabamento, muito escuro e com uma espessa camada de verniz. Impossível saber de que madeira se tratava, no entanto, sabendo a sua origem, poderia ser teca, ou mesmo pau-santo. Metemos mãos à obra e… descobrimos que eram em freixo!

​

Tivemos de os libertar de todos os vestígios da antiga velatura e verniz. Foi um trabalho árduo, mas valeu bem a pena, pois desta forma os veios do freixo ficaram completamente à vista. Um envernizamento final incolor garantiu que a complexidade dos veios sobressaísse ainda mais. 

​

Sabemos que irão para uma casa nas proximidades de uma ribeira. Deve ser um lugar muito belo. Há, com toda a certeza, por lá freixos.

bottom of page